No mercado da habitação, existem duas opções que saltam logo à vista para quem procura uma casa para viver: o arrendamento de longa duração ou comprar casa. Esta é uma das decisões mais complexas que provavelmente tomará quando decidir viver sozinho pela primeira vez. Para facilitar a sua escolha, falaremos um pouco sobre estas duas opções no contexto imobiliário português atual. Explicaremos o que deve ter em conta ao arrendar ou comprar casa em Portugal.
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Podemos observar as percentagens e perceber qual a opção dos portugueses quando se trata de optar por ter casa própria, ou arrendar casa. O número espelha bem a vontade, 77% dos portugueses são proprietários de pelo menos um imóvel.
O que leva a esta decisão de querer ter casa própria em vez de arrendar? Apesar de ser um compromisso a longo prazo, no caso de necessitar de um crédito habitação para adquirir o imóvel, os portugueses preferem comprar casa. Em geral, as mensalidades pagas aos bancos são menores que os valores das rendas nas casas arrendadas e o facto de ainda conseguir aumentar o património, são fatores que os portugueses têm em conta na hora da decisão. Foi em 2020 que observámos os números de casas próprias aumentarem 3,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior, tendo sido a maior subida na União Europeia.
Em 2020, após a pandemia ter entrado nas nossas vidas, a livre circulação foi restrita pelas medidas de combate à Covid-19. Logo, os portugueses consumiram menos e tiveram a hipótese de investir nas suas poupanças familiares. Foi em julho de 2021 que foram constatados os níveis históricos nas poupanças dos particulares, segundo os dados do Banco de Portugal.
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Entenda os valores reais destas duas modalidades para obter casa e comece a idealizar o seu sonho a partir destas informações.
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Arrendar casa: será uma tarefa árdua até encontrar casa. São poucos os imóveis disponíveis no mercado do arrendamento de longa duração e os valores das rendas estão em alta. Para os jovens, arrendar uma casa é a primeira fase para uma vida independente, mas muitos apenas conseguem arrendar um quarto, dividindo a casa e as despesas com outras pessoas.
Para arrendar casa deverá apresentar os seguintes documentos para assinar o contrato de arrendamento:
Comprar casa: a falta de casas para venda em Portugal poderá ser o travão para muitas famílias encontrarem a casa dos seus sonhos. Para além da grande procura e pouca oferta de casa, em Portugal é comum recorrer-se ao crédito habitação para conseguir ter casa própria. Para tal, é necessário reunir algumas condições, entre elas, a entrada de 10% a 20% sobre o valor do imóvel, (este valor dependerá das condições impostas pela identidade bancária). Para perceber se a compra da casa é uma boa aposta para a sua família, existem vários simuladores online que lhe indicam a viabilidade de contrair um crédito habitação e o montante disponibilizado.
A compra de uma casa recorrendo a crédito habitação é dividida em algumas fases. A primeira será a realização do contrato promessa compra e venda (CPCV):
Para proceder ao pedido de crédito habitação irá necessitar dos seguintes documentos:
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Arrendar casa: a experiência pandémica veio alterar como olhamos para os nossos empregos. Foi o início da mudança para muitos trabalhadores que viram o seu dia a dia laboral ter palco nas suas próprias casas. Este fator veio dar mais liberdade e mobilidade na hora de escolher o local pretendido para trabalhar. Com estas últimas atualizações no sector laboral, foi fácil pensar que arrendar casa permitiria a tal flexibilidade de definir um novo local de trabalho, mas será mesmo assim?
É um facto que ao arrendar casa a sua mobilidade entre cidades ou países ficará mais facilitada. Não fica preso a uma única casa e não tem encargos com as mensalidades do banco no caso de pedir um crédito habitação. Atualmente o mercado de arrendamento tem uma grande procura e muito pouca oferta. Na maioria das regiões, como já constatamos acima, os valores das rendas são pesados para um orçamento familiar comum português. A pouca oferta no mercado, faz com que a procura seja uma tarefa árdua e muito demorada. Ao sair de uma casa arrendada para uma nova, terá de cumprir com os prazos da comunicação de rescisão, estabelecidos no contrato de arrendamento. O prazo dessa comunicação poderá ser de 90 dias, se o contrato for igual ou superior a um ano ou inferior a seis meses. Por vezes, três meses (90 dias) não são suficientes para conseguir encontrar uma nova casa para arrendar, o que poderá dificultar a transição entre casas.
Comprar casa: ter casa própria não é sinónimo de ficar preso para sempre à área onde ela se encontra. O mercado imobiliário é uma das grandes apostas para investir, e do qual poderá sempre tirar algum proveito. Caso se encontre a trabalhar a partir de casa e quiser mais liberdade, ou se pensa procurar trabalho noutra cidade ou país, ter casa própria não será um impedimento. Poderá sempre colocar a sua propriedade no mercado de arrendamento de longa duração, definindo no contrato o prazo de duração e o valor da renda. Assim, quando pretender voltar, terá a sua casa assegurada e ainda conseguirá obter um rendimento que cubra as despesas da sua segunda morada.
Outra opção de arrendamento em que também poderá beneficiar de um rendimento extra, é o Alojamento Local. É a designação para o arrendamento temporário em Portugal, ou seja, um arrendamento mais vocacionado para as férias. A vantagem em relação ao arrendamento de longa duração, é que poderá regressar a sua casa sempre que não tenha hóspedes.
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O arrendamento acessível é um programa criado pelo governo português para auxiliar as famílias portuguesas no arrendamento de longa duração, dando a possibilidade de obter rendas mais baixas, em comparação com o restante mercado de arrendamentos.
O programa consiste na adesão voluntária dos proprietários de imóveis e dos inquilinos. Os proprietários têm um benefício fiscal ao aderir, já os inquilinos ficam com uma renda mais baixa que as adotadas pelo restante mercado. Os proprietários são encorajados através do benefício fiscal da isenção de tributação sobre os rendimentos prediais, a colocar as rendas das casas até um limite de 80% do valor de referência das rendas medianas, lançado semestralmente pelo INE.
Os contratos de arrendamento para poderem ingressar no programa de rendas acessíveis, deverão ter um prazo mínimo de 5 anos. As rendas dos imóveis não devem exceder os limites definidos na Portaria n.º 176/2019, pelo que terão de seguir em função da tipologia e concelho onde o imóvel se encontra.
O programa de arrendamento acessível previa ajudar as famílias a ter acesso à habitação oferecendo estabilidade e segurança. Desde o seu início do programa, que os proprietários não têm aderido como era pretendido.
O que poderá estar a falhar nesta medida? Os valores de referência não representam a realidade do mercado dos arrendamentos. Os valores medianos lançados semestralmente pelo INE, na realidade, são muito abaixo dos praticados. Em alguns casos, os proprietários beneficiarão mais se mantiverem as rendas do mercado.
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A pandemia veio alterar as características de procura de casa. Com os confinamentos constantes, os portugueses procuraram casas com espaço exterior com varandas, jardins, ou terraços, bem como, casas mais espaçosas. A oportunidade de poupar ao longo destes dois anos, deu asas a quem já sonhava morar em casa própria com as características mencionadas, deixando para trás as casas arrendadas com valores de renda altos e contratos com prazos curtos e instáveis.
Se é uma das pessoas que anseia encontrar a sua casa de sonho, mas não sabe por onde começar, aconselhamos a consultar um dos nossos agentes. Nas Casas do Barlavento terá todo o apoio ao encontrar a casa ideal, bem como, na documentação necessária e em todos os passos que acarreta a compra da primeira casa.