Situada no extremo Sudoeste do Continente Europeu, foi profundamente influenciada, devido ao contacto estabelecido com o Mediterrâneo e outros Continentes.
Os primeiros povos oriundos do Mediterrâneo foram os Fenícios, os Gregos e os Cartaginenses. Mais tarde também os Romanos ocuparam a cidade, à qual deram o nome de Lacóbriga (de onde provém o seu nome actual - Lagos). A influência mediterrânica foi reforçada pela presença do povo Árabe que conquistou a cidade (cerca do séc. VIII) e a protegeu com as muralhas.
Durante a primeira metade do séc. XIII, durante a Reconquista, o povo Árabe foi definitivamente expulso da região Sul, à qual foi dado o nome de Algarve, razão pela qual os Reis se intitulavam Reis de Portugal e dos Algarves.
O governo militar foi transferido de Silves para Lagos, o que contribuiu para desenvolver a sua importância. A cidade de Lagos e a vila de Sagres, a 30Km de distância, desempenharam ainda um papel muito importante durante os Descobrimentos - séc. XV, como centro de tráfego marítimo. Não só a grande maioria dos marinheiros tripulantes das caravelas eram oriundos de Lagos, como também, foi desta cidade que essas caravelas partiram, sob orientação do Infante D. Henrique, rumo à descoberta de longínquas paragens como África. De lá trouxeram ouro, marfim, escravos... altura em que foi construído o Mercado de Escravos.
Vários Navegadores importantes como Gil Eanes, Álvaro Esteves, Lançarote de Freitas, partiram para as descobertas da baía de Lagos; a cidade rendeu-lhes a sua homenagem atribuindo a algumas ruas os seus nomes.
Ainda no séc. XV, exactamente em 1460, a Igreja de Santa Maria de Lagos acolheu o corpo do Infante Dom Henrique, mais tarde trasladado para o Mosteiro da Batalha. Em 1578, o Rei D. Sebastião elevou Lagos à categoria de cidade, de onde partiu para a trágica Batalha de Alcácer Quibir, da qual nunca mais voltou.
Nos séculos seguintes - XVI / XVII - o tráfego marítimo intensificou-se devido à excelente posição geográfica de Lagos, o que no contexto geo-estratégico do comércio marítimo internacional, levou a que importantes batalhas navais com piratas, saqueadores e corsários, tivessem lugar ao largo da baía da cidade.
Antes de Faro, Lagos desempenhou a posição de capital do Algarve até 1756; infelizmente grande parte do seu legado arquitectónico foi destruído pelo terramoto de 1755. Presentemente, a cidade mantém o seu antigo cosmopolitismo e a velha cumplicidade com o mar, respondendo aos desafios do presente, com respeito pelo passado.