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Síntese de 2020

Num ano que começou calmo que nada fazia prever o turbilhão de acontecimentos que mudariam por completo as nossas vidas, deparámo-nos com um confinamento em março, o teletrabalho, as máscaras e o álcool gel. O ano de 2020 foi sem dúvida um ponto de viragem social e económico e que deixará vestígios mesmo após dobrarmos o ano 2021. Desde o primeiro dia, depois da entrada da pandemia em Portugal, poucos foram os que ficaram confiantes com as previsões económicas. Muitos dos resultados apresentados no segundo trimestre foram inicialmente negociados no primeiro e finalizados no segundo, tendo o confinamento interrompido por breves meses estas transações.

 

Fotografia Kelly Sikkema – Unsplash

 

 

As previsões económicas indicam que em 2022 ainda não consigamos atingir os níveis verificados antes da pandemia. No último outono de 2020 saía a previsão de que haveria uma redução de 7,8%, e seria seguida por um crescimento de 4,2% em 2021 e de 3% em 2022. As projeções não são tumultuosas, mas os efeitos diferirão de um estado-membro para outro. Tudo depende das políticas sanitárias criadas em cada estado para a contenção do vírus, dos sectores económicos mais afetados e o nível de resposta das políticas nacionais.

 

No sector imobiliário, o preço da habitação registou, no segundo trimestre em Portugal, a descida de 10,6% para 7,8%. Houve um aumento de 0,8% nos preços das habitações em comparação com o ano de 2019, sendo possível que esse valor tenha sido gerado no final do mesmo ano.  Foi notória a desaceleração na construção de novos imóveis, muito mais do que na venda de casas em segunda mão. Em fevereiro do ano passado, antes da pandemia, saía a notícia de que o país era dos que menos construía habitações novas. Por existirem vários obstáculos para a construção de raiz, como a regulamentação ambiental apertada, a falta de mão de obra ou pouco espaço para a construção, esses números já não eram positivos relativamente a outros países da Europa. Desta forma, não pode ser culpabilizada a pandemia em Portugal pela falta de construção nova, havendo outros fatores que a impediam de crescer no país antes da COVID-19 entrar na nossa realidade.

 

Já no sector do turismo, houve um abrandamento abismal, contrariando os hábitos de receber visitantes ao longo de todo o ano. Globalmente, foi um dos piores anos desde 1990. Em Portugal, o melhor mês para o turismo perdeu 312 milhões de euros só em alojamentos, a queda foi de 49% em relação a agosto de 2019. Com as restrições das viagens, já era prevista uma diminuição nas dormidas de não residentes, com valores a recuarem para 72%. Com os turistas residentes em Portugal, a queda não foi tão acentuada, recuando apenas 2,1%.

 

 

Para 2021…

 

O que podemos esperar para 2021 é ainda incerto. Tudo dependerá da evolução da pandemia em Portugal e das consequências que o novo confinamento, que iniciou no último dia 15 de janeiro, trará ao nosso país. É complexo fazer previsões, principalmente depois de um ano tão atípico, mas podemos refletir sobre algumas questões que farão a economia mudar, e quiçá se iniciará a recuperação económica já em 2021. A vacinação contra a covid-19 começou em larga escala pela Europa em dezembro de 2020. Em Portugal a segunda dose da vacina já começou a ser administrada, fazendo com que a tão pretendida imunidade de grupo chegue o quanto antes. As políticas mundiais mudaram, sendo que as relações entre a União Europeia e os Estados Unidos possam melhorar.

 

A pandemia trouxe algumas certezas e esperanças para o sector imobiliário:

 

  • Usufruir de uma casa é imprescindível e continua a ser um ótimo ativo para qualquer comprador.
  • Os compradores que adiaram a decisão de adquirir uma casa, em breve tornaram essa decisão real.
  • Tudo indica que o sector imobiliário é resiliente e adapta-se rapidamente a qualquer adversidade.

 

 

 

São aguardadas melhorias a longo prazo e as previsões são relativamente animadoras por parte do Governo e otimistas por parte do FMI. Todos os dados serão afinados consoante o desenvolvimento deste ano, podendo acontecer excelentes oportunidades de negócios.