Em meados de março, no início da pandemia em Portugal, o mercado imobiliário congelou por breves momentos. A expectativa do que seguiria deixou um impasse nas vendas e compras de casa. Depressa, o movimento das transações voltou ao ritmo habitual, mantendo o valor por metro quadrado equiparado ao início de 2020.
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Os indicadores da agência de notação S&P previram o aumento dos valores da habitação nos mercados europeus. A exceção viria para Portugal, Espanha e Irlanda com o registo de quebras no sector imobiliário. Esta descida só se fez notar a partir de setembro de 2020 em Portugal, altura em que os proprietários começaram a ceder e baixaram os valores dos imóveis.
Esta quebra não acontecia desde 2015, forçando a descida para 2,1% face ao mês de agosto e uma ligeira descida de 0,6% em relação aos outros anos. Prevê-se que este abrandamento no mercado imobiliário, um dos mais estáveis em Portugal, seja passageiro. A previsão da agência S&P estima que ainda em 2021 o mercado regresse com a subida dos valores e que assim se mantenha por mais alguns anos. Na tabela dos países mais afetados pela pandemia, para além de Portugal, está a Espanha e a Irlanda com valores de 1,4% e 1,6%, respetivamente.
O impacto no sector imobiliário advém das medidas criadas pelo Banco Central Europeu, para a preservação dos empregos e empresas. Os financiamentos bancários mínimos influenciaram os valores da habitação. Com a restrição apertada aos financiamentos, as famílias ficaram menos endividadas do que na crise financeira de 2008.
Nos primeiros meses da pandemia em Portugal, especulava-se que as famílias tendencialmente procurariam casa em zonas rurais, com uma densidade populacional mais baixa do que nas grandes cidades. O que se verificou nos meses seguintes, foi que as famílias procuravam casas mais amplas dentro ou em zonas adjacentes às cidades. O peso das comodidades, do mercado de trabalho, escolas e as instituições públicas teve maior força na escolha geográfica, contrariando a ideia inicial. A compra de uma casa é um investimento a longo prazo, e todas as considerações são medidas e pensadas, pelo que morar junto ou numa cidade traz benefícios que dificilmente uma zona rural tem. Saiba mais sobre as mudanças na habitação, aqui.